Cuidar do outro mesmo em tempos de Covid-19: o trabalho social do Santuário do Perpétuo Socorro em meio à pandemia
O Santuário do Perpétuo Socorro, em Campo Grande – MS, realiza diversas ações beneficentes que foram adaptadas aos protocolos de higienização e isolamento social devido ao novo coronavírus.
Em 79 anos de história, tradição e fé, o Santuário Estadual de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro acolheu e acolhe as famílias de Mato Grosso do Sul. Onde a força da fé começa, o caminho de caridade, humildade e serviço cristão permanece. Neste período de pandemia do novo coronavírus, a ajuda torna-se ainda mais necessária para acolher todos que precisam.
A Associação Redentorista Filhos de Maria (AFIM), ligada ao Santuário, desenvolve ações que beneficiam cerca de 30 entidades e projetos sociais, auxiliando através da doação de alimentos, produtos de limpeza, roupas, calçados, vale-transporte, passagens ou medicamentos, de acordo com as necessidades de cada projeto.
A assistente social da AFIM, Jackelyne Sanches, afirma que neste período de pandemia, uma das procuras que mais aumentou foi pelo atendimento psicológico. Com a duração de 12 sessões, a psicoterapia breve auxilia os indivíduos na recuperação da saúde mental. Outra procura muito grande foi a de doação de cestas básicas, diante das situações de crise de famílias que perderam o emprego e não estão conseguindo sustento nesse momento.
Os trabalhos sociais tiveram que se adaptar diante da necessidade de isolamento social trazida pelo novo coronavírus. “Mudamos toda a dinâmica dos atendimentos individuais e dos projetos em grupos”, afirma Jackelyne. Os atendimentos presenciais estão sendo feitos mediante agendamento, via telefone e chamada de vídeo. Projetos sociais e oficinas, que contavam com a participação de voluntários, também foram suspensos para evitar aglomerações.
Para ajudar quem precisa e fazer a diferença, o Santuário desenvolve um extenso trabalho social que pode ser refletido em uma de suas obras: a Comunidade Terapêutica Redentorista. Inaugurada em 01 de abril de 2013, a chácara realiza o tratamento de dependentes químicos e de álcool.
Reencontrar a vida dentro do ensinamento cristão. Todos que têm um familiar ou um conhecido que se perdeu no caminho das drogas ou do álcool também têm o anseio de ver aquela pessoa encaminhada para a vida de novo. Sem nenhum custo para as famílias, a Comunidade Terapêutica Redentorista mantém seu trabalho há 7 anos, atendendo mais de 300 famílias, direta e indiretamente.
Diante da pandemia, novos cuidados precisaram ser tomados na Comunidade Terapêutica para a preservação da saúde e integridade dos acolhidos, dos voluntários e dos profissionais. Como explica o coordenador da Comunidade Terapêutica, André Rachid, “desde o agendamento da triagem, estamos tendo a cautela de pedir o exame da Covid-19, assim como realizando todos os protocolos de higienização”.
As atividades realizadas por voluntários também tiveram que ser suspensas para evitar aglomerações. Antes da quarentena, uma vez por mês a Comunidade realizava uma acolhida para os familiares dos internos, com confraternizações.
Atualmente, as visitas são individuais e agendadas durante a semana, respeitando o limite de idade para os familiares (acima dos 18 e abaixo dos 60 anos). “A nossa preocupação é de continuar o serviço cristão voltado para a comunidade, mas também de nos cuidarmos e cuidarmos dos outros”.